sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Uma razão pela qual ainda não utilizamos automóveis eléctricos

Apesar de actualmente, ao contrário do que aconteceu há cerca de dois anos ou três anos, os preços dos combustíveis fosseis não serem a maior das nossas preocupações, muitos são os que continuam a especular a razão pela qual ainda estamos tão dependentes dos automóveis com motores de explosão interna para nos movermos. Na verdade, os motores eléctricos actuais são bem mais eficientes e, em alguns casos, tão ou mais potentes e economicamente viáveis como os de combustão interna. Basta pensarmos que a maioria da maquinaria industrial é movida por energia eléctrica – não consta que o sector da indústria opte por equipamentos e máquinas ineficientes. Então, assim é, qual a razão para não usarmos automóveis eléctricos no nosso dia-a-dia? Bem, evitando teorias da conspiração, uma das razões reside numa limitação: o modo de armazenar a energia eléctrica para fazer mover estes veículos.
Actualmente os veículos eléctricos dependem do uso de baterias e são esses dispositivos que limitam a autonomia do automóvel eléctrico. Em média, carregando uma bateria entre 2 a 3 horas não se consegue percorrer mais de 200 milhas. E a utilização de maiores quantidades de baterias, com mais capacidade, iria aumentar de modo incomportável o peso do veículo, fazendo com que fosse necessária ainda mais energia proveniente de ainda mais baterias para o fazer mover. Já para não falar que as baterias têm enormes impactes ambientaistransporte ferroviário. Trata-se do carregamento do veículo em estrada. Esta possibilidade permitiria utilizar veículos com baterias mais leves – com autonomia para 50 ou 60 milhas – servindo apenas para os alimentar enquanto estivessem desligados da rede de abastecimento, diminuído assim a necessidade de um conjunto volumoso e pesado de baterias.
Para já pode parecer ficção científica, algo que Steven Spielberg vislumbrou parcialmente no seu filme «Relatório Minoritário». Quem sabe se o famoso realizador não tenha feito uma espécie de “profecia” tecnológica?

Fonte: Buiel, E. R. (2008). Advances in Battery Development for Vehicles (Advanced Lead Acid and Li-ion), Near Term Electrification of Transportation System, Feasibility of Near Term Retrofitting of Inefficient Vehicles to EV’s. U. S. C. o. E. a. N. Resources, US Senate

5 comentários:

  1. A questão dos fios da imagem é apenas um exemplo gráfico. Outras possibilidades serão, se esta opção por acaso avançar, seguramente desenvolvidas.
    Nem todas as estradas teriam este sistema, somente as mais movimentadas e para maiores distâncias, sendo que se teriam sempre pequenas baterias para as pequenas distâncias.
    Neste momento a verdadeira limitação são as baterias por: terem pouca autonomia; não responderem imediatamente com a quantidade de energia necessárias para alguns picos de condução dos automóveis; e por serem um resíduo muito perigoso e difícil de tratar.

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  2. Poderá parecer também ficção, mas porque não usar aquilo que o veículo possui em contacto permanente - a própria via!!
    Não sou nenhum engenheiro, nem visionário, mas decerto alguma forma haverá de canalizar energia da própria via para o veículo.
    Dirão, isso implicaria a alteração dos pneus, das vias e de muita coisa. Mas, com toda a certeza, alguém um dia sonhou com veículos automóveis como os de hoje, com aviões a cruzar os céus e com a conquista do espaço sem imaginar o como!
    E digo eu, porque não?

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  3. É comum os autores de ficção (em especial ficção científica) imaginarem mundos e instrumentos que ainda estão para além das nossas capacidades e compreensão.
    Uma vez disseram-me que a arte andará sempre há frente da ciência, porque está apenas limitada pela nossa própria imaginação.
    Espero que nos próximos 20anos a investigação evolua de forma a trazer esses veículos até ao grande público. Conduzir sem poluir é certamente um dos grandes sonhos de investigadores e ecologistas.
    Gostei muito do seu artigo.

    Um abraço

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  4. Muito obrigado cara Ana Reis. Enquanto seres intelectuais e conscientes da realidade penso que temos e devemos ser pragmáticos. Utilizar as boas ideias e concretiza-las.

    Abraço

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  5. Para já, esperemos que haja mercado onde comprar os veículos eléctricos e que a rede de mobilidade eléctrica tenha mesmo os 1350 pontos de carregamento em 2011. Pelo menos, já está prevista em decreto-lei desde 26 de Abril, bem como a regulamentação do negócio do abastecimento de energia aos veículos (http://dre.pt/pdf1sdip/2010/04/08000/0137101386.pdf)
    Muitas pessoas poderiam optar pelos carros eléctricos se os houvesse no mercado, e a preços razoáveis, e se houvesse já quem se chegasse à frente para a rede de abastecimento.
    Entretanto, também podemos instalar tomadas próprias em casa, e nas garagens condominiais, se o condomínio não tratar disso.
    Também gostei do artigo :)

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