segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Monotonia Urbanistica de Nova York - A especulação Imobiliária

O mundo está repleto de cidades. Apesar de muitas seguirem planos urbanísticos semelhantes todas são diferentes. Não poderia ser de outra forma, pois a sua história, os seus habitantes, as atividades que nelas acontecem, o clima e ambiente, entre outros moldam-nas.

Nova York é única, por todas as razões anteriormente referidas, mas o seu desenho urbano pouca originalidade tem. O crescimento desta cidade, fundada por holandeses que na altura lhe atribuíram o nome de Nova Amsterdão, explodiu no século XIX, especialmente no que toca à ilha de Manhattan. Vivia-se a revolução industrial nos E.U.A. e Nova York era um desses polos industriais e comerciais mais importantes. A pressão e especulação urbana eram enormes. O crescimento contínuo e galopante.
 

Mapa de Nova York de 1897
O urbanismo da cidade é fruto do planeamento aplicado ao capitalismo especulativo. De notar que o crescimento que se dá nessa altura ocorre de modo a manter altos os preços dos terrenos. Isto era possível através da indiferenciação urbana. Ou seja, as ruas eram todas iguais nas suas características, tal como os quarteirões. Até os nomes foram evitados, ficando cada avenida apenas associada a um número, coisa que ainda hoje ocorre.

Esta opção urbana permitiu que todas as novas zonas tivessem o mesmo valor, pois, eram, ao nível do planeamento urbano, iguais. No entanto criou uma malha ortogonal monótona, ao contrário do que acontece nas outras grandes metrópoles.  Só o Central Park, Broadway, Rockefeller Center e algumas zonas ribeirinhas têm algumas daquelas características urbanas distintivas que as fazem sobressair da envolvente e favorecem as múltiplas atividades urbanas, especialmente a fruição de um espaço público de usos múltiplos – A herança do mundo greco-latino e sua valorização do espaço público da ágora, fórum e praça. Esta monotonia é especialmente visível na zona mais interior, na envolvente do Central Park.

Apesar de ser interessante por muitos motivos, incluído as atividades sociais, económicas e culturais, e até o edificado e o próprio local de implantação da cidade, o urbanismo de Nova York foi aborrecidamente manipulado para assegurar a especulação imobiliária.
 
Referências bibliográficas
  • Goitia, Fernando Chueca. "Breve História do urbanismo”. Lisboa: Editorial Presença, 1989.
  • Mumford, Lewis. "A Cidade na História". São Paulo: Martins Fontes, 1998
 

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Ciprestes - Árvores Corta-fogo

Área ardida e árvores que resistiram a Incêndio em Valência em 2012
Constatações e estudos recentes de cientistas espanhóis concluem que o Cupressus sempervirens, que é um tipo de cipreste natural do mediterrâneo, tem uma muito elevada resistência à ignição e combustão inicial por incêndio florestal. Isto deve-se à estrutura morfológica da árvore em si e à sua capacidade em absorver grandes quantidades de água que mantém mesmo nas condições de seca adversas.
Prevê-se a possibilidade destas árvores poderem ser utilizadas em faixas corta-fogo florestarias, contribuindo para a redução do potencial de alastramento de fogos florestais.
Tendo em conta que o clima mediterrâneo é propenso aos incêndios florestais nas épocas estivais e sendo esta espécie autótone poderá ser de facto uma boa medida de engenharia florestal para mitigar o efeito dos incêndios florestais. Por outro lado, as alterações climáticas aindam vão sujeitar ainda mais o nosso território ao risco de incêndios.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Sideways - Um fIlme que Sabe a Vinho

Aqui está um filme interessante. Há coisas muito originais neste filme, apesar do traçado geral do enredo ser algo visto noutras histórias. No fundo relata-se a viagem de dois amigos em jeito de despedido da solteiro para um deles. Até aqui nada de especial, mas é o local e o tipo de actividades que planeiam fazer para diversão que se torna interessante. Vão percorrer, de automóvel, a zona vinícola da Califórnia. Estes amigos não são os típicos vintões ou trintões que aparecem normalmente neste tipo de filmes de despedidas de solteiro. São quarentões e o ritmo da viagem é bem diferente, feita, ou pelo menos idealizada, para saborear bons vinhos.

Quase parece que o filme foi patrocinado pela indústria do vinho. A sensibilidade das personagens manifesta-se pela forma como degustam, debatam e analisam os vinhos. Bebem-se quantidades imensas desse néctar neste filme, mais do que parece ser aconselhável.  Mas bebe-se por prazer e em honra da arte de o produzir. Por momentos parece quase um documentário ou uma formação inicial de introdução ao vinho.

Paul Giamatti encarna a personagem principal, de um professor apaixonado por vinho. Destaca-se a anos-luz das restantes pela sua interpretação. Consegue transmitir a profundidade da sua personagem culta, deprimida, falhada mas ainda com força para saborear um copo de vinha na companhia certa. As restantes personagens não parecem ser também conseguidas, mas talvez porque sejam apenas interpretações realistas de pessoas normais. Acima de tudo isto é um filme que simula uma história que poderia muito bem ser real, com pessoais reais.

A fotografia e banda sonora contribuem para a construção do ambiente vinícola e de viagem.

Apesar de ser considerada uma comédia, Sideways conta uma história de pessoas maduras, com alguns toques de humor e bastante drama. Centra-se muito na personagem principal, complexa como o ser “vivo” que é o vinho que corre amadurecido neste filme.

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