Cada vez mais se questiona o que outrora era considerado factual. Informações que se davam como dados adquiridos são agora perscrutadas e investigadas pelas mais recentes tecnologias e formas de saber. À semelhança de outras áreas de interesse e actividade Humana, algumas perspectivas sobre as várias Religiões são também analisadas, especialmente naquelas que tiveram implicações históricas relevantes.
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| O Cristo de S. João da Cruz - Dalí |
O livro “Tratado de Ateologia”, de Michel Onfray, questiona um desses temas que levantam polémica. Citarei então agora aqui um excerto dessa obra, para que posteriormente se possa analisar o conteúdo: “A existência de Jesus não está historicamente. Não se conhece nenhum documento contemporâneo do acontecimento, nenhuma prova arqueológica, nada de certo que nos permita concluir, hoje, pela verdade de uma presença efectiva na passagem entre dois mundos, abolindo um e instituindo outro.
Nada de túmulo, nada de sudário, nada de arquivos, a não ser um sepulcro inventado em 325 por Santa Helena, a mãe de Constantino, muito dotada, e a quem se deve também a descoberta do Calvário e a titulus, o pedaço de madeira que suporta o motivo da condenação. Uma peça de madeira que o método do carbono 14 data do século XIII (…). Enfim, três ou quatro referências vagas, muito imprecisas, nos textos antigos – Flávio Josefo, Suetónio e Tácito -, mas em forma de cópias efectuadas alguns séculos depois da pretensa crucifixão de Jesus e, sobretudo, muito depois do sucesso dos seus turifetários… (…) Ainda hoje, lemos os escritores da Antiguidade a partir de manuscritos, vários séculos posteriores aos seus conteúdos rearranjando-os de modo a validarem o sentido da História (…)”.
Nada de túmulo, nada de sudário, nada de arquivos, a não ser um sepulcro inventado em 325 por Santa Helena, a mãe de Constantino, muito dotada, e a quem se deve também a descoberta do Calvário e a titulus, o pedaço de madeira que suporta o motivo da condenação. Uma peça de madeira que o método do carbono 14 data do século XIII (…). Enfim, três ou quatro referências vagas, muito imprecisas, nos textos antigos – Flávio Josefo, Suetónio e Tácito -, mas em forma de cópias efectuadas alguns séculos depois da pretensa crucifixão de Jesus e, sobretudo, muito depois do sucesso dos seus turifetários… (…) Ainda hoje, lemos os escritores da Antiguidade a partir de manuscritos, vários séculos posteriores aos seus conteúdos rearranjando-os de modo a validarem o sentido da História (…)”.
Independentemente da existência de um Jesus histórico, de um ponto de vista conceptual ele de facto existiu e continua a existir. Pois, tenha o Jesus no Novo Testamento sido um homem de carne e osso, poderemos sempre, de um modo conceptual, construir essa personagem através dos valores e ideias que nos chegaram. Apesar de poder ser uma engenhosa invenção com o intuito de cumprir vários fins, e de nem toda essa filosofia prescrita por Jesus ser tão imaculada, altruísta e pacífica como alguns nos querem fazer acreditar, é certo que Jesus, enquanto pensador e activista social, com preocupações éticas e morais, nos pode sempre ensinar alguns conhecimentos e perspectivas. Tentemos apreciar as boas ideias e a sabedoria pelo que valem, e não por qualquer necessidade ou crença mitológica.
Jesus é importante, nem que seja pela influência que teve na História da Humanidade, dai valer a pena saber mais sobre ele, nem que seja simplesmente analisado como uma ideia ou corrente filosófica.
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Parabéns pela postagem! Ótimo texto!
ResponderEliminarCada um diz e escreve o que compreende, percebe e capta com a mente que possui.
Como também cada qual absorve e toma para si como Verdade, "as coisas" de que é capaz admitir em sua própria Realidade e Visão.
A Vida, por si só é incompreensível e intangível do ponto de vista meramente humano.
O que se vê, se fala e se escreve, quase sempre está dissociado do que está e é além do humano.
"Muitos poucos" sabem que "não sabem"!
E isso se deve, é óbvio, à ignorância geral.
A maioria dos seres humanos da superfície terrestre, principalmente hoje em dia, tem como referência do que é Verdadeiro ou falso, Real ou Irreal, apenas o raciocínio, a mente lógica, a mente comparativa e dedutiva.
Saiu disso, não existe, não é Real, não é tangível, nem observável.
Sobre a existência ou não de Jesus, O cristo, por exemplo, é mais uma destas constatações humanas absurdas.
Isso se deve à falta de compreensão, à nossa imensa ignorância, ao nosso baixíssimo grau intelectual, nosso nível de Consciência
atrasadíssimo e tacanho.
O que descreve bem a fase e o ciclo desta nossa raça de superfície atual.
Se quase tudo que sabemos e cremos supostamente saber, está baseado e parametrizado nos cinco sentidos humanos, que podemos esperar disso?
Que de fato compreendemos e temos como Verdade?
Se ainda hoje a maioria crê que "alguma coisa ou alguém morre ou desaparece", que se pode obter disso?
Se ainda hoje a maioria se confunde com o próprio corpo, com os próprios pensamentos e com as próprias emoções, que podemos esperar?
A maioria de nós sequer desconfia de que não é, nem de longe, o próprio ego e nem muito menos a persona, que outras coisas poderíamos obter no cenário mundial?
Quando se fala e escreve sobre Os Grandes Mestres, Avatares e seres Iluminados que percorreram e "percorrem" este planeta,
imediatamente recorremos ao que lemos, ouvimos e vimos!
A maioria de nós não sabe o que é "sentir e compreender "as coisas" no e com o Coração!
O que "cremos saber e compreender", é sempre associado e ligado apenas à mente lógica, que obviamente contesta tudo o que "não está" ao seu alcance e esteja dentro do raio de sua abosrção.
Como com nossas mentes comuns iríamos poder perceber e receber como verdade incontestável, a existência e atividades de seres doutras dimensões e de outras Realidades?
Como iríamos aceitar e acolher como Verdadeiro e Real, que tais "Seres" sempre estiveram e "estão" no meio de nós?
Nem se vermos, tocarmos e dizerem que é Verdadeiro e Real, acreditaremos!
A maioria de nós não crê sem usar a mente, o raciocício, as deduções, os julgamentos e as avaliações!
Se os pseudo-cultos e intelectuais
não acatam, não afirmam e não dão como verdadeiro, coerente e irrefutável, a maioria cega e surda não segue, não obedece, não acolhe, não acredita!
E não podem mesmo!
Como poderiam acreditar em algo que a mente não pode alcançar e ou absorver?
Se algo ou alguém existe ou existiu em algum momento, que é Sempre Agora, com quais parâmetros iremos constatar isso?
O Científico? O pseudo-religioso? O ocultismo barato? O exotericamente?
Não, de forma alguma!
Só e somente só com e no "Silencio do Coração"!
Jesus, Buda, Khrisna, Grandes Mestres, Iluminados, intraterrenos, extraterrestres, Devas, Dimensões, etc., existiram e ou existem?
Sim ou não?, questiona a mente.
Paremos de prestar e dar atenção aos pensamentos ou de seguí-los, e pronto!
...!
Nada mais!
Sem dúvida o maior comentário alguma vez aqui colocado. Agradeço o comentário e o trabalho que deve ter dado, o que significa que, de algum modo, o meu texto deve ter despoletado interesse. Fico contente, independentemente de podermos ou não concordar.
ResponderEliminarO seu comentário é sem dúvida enriquecedor pois dá uma perspectiva mais espiritual e transcendente deste tema, questionando a racionalidade.
No entanto tenho de admitir que sou extremamente racional e pragmático, tentando basear-me sempre no que é mensurável e passível de ser testado ou explicado com base e premissas e construções logico-racionais. Pois se não uniformizarmos e organizarmos o nosso raciocínio dificilmente podemos discutir com o máximo de rigor o que quer que seja.
Obrigado pelo comentário
A propósito do Jesus Crucificado cito aqui um belo soneto de Guerra Junqueiro com o título de
ResponderEliminarPARASITAS
No meio duma feira,uns poucos de palhaços,
andavam a mostrar em cima dum jumento,
um aborto infeliz,sem mãos,sem pés,sem braços,
aborto que lhes dava um grande rendimento.
Os magros histriões,hipócritas,devassos,
exploravam assim a flor do sentimento,
e o monstro arregalava os grandes olhos baços,
uns olhos sem calor e sem entendimento.
E toda a gente deu esmola aos tais ciganos,
deram esmola até mendigos quase nus,
e eu ao ver êste quadro,apóstolos romanos
Eu lembrei-me de vós,funâmbulos da Cruz,
que andais pelo universo há mil e tantos anos,
exibindo,explorando o corpo de Jesus.