Apesar do título ser longo e ter uma palavra pouco comum, o objetivo deste texto é ser o mais simples possível, relacionando o funcionamento de uma câmara fotográfica com o modo natural como “trabalha” o olho humano e adotamos alguns comportamento humanos inconsciente a esse funcionamento. Ou seja, a tese – que nem é muito original - aqui presente pretende demonstrar que se pode considerar uma câmara fotográfica como uma recriação do olho humano, logo um ato de biomimética.
A simplificação será a mais possível, pois facilmente se poderia cair em termos da ótica e biologia demasiado complicados. Então aqui vai.
Se deixarmos passar, através de um pequeno orifício luz para o interior de numa câmara escura, vinda do exterior, no local onde esse raio se projetar irá surgir uma cópia invertida da imagem exterior. Ou seja, isto é mais ou menos o principio base de funcionamento tradicional de uma “câmara escura” - um fenómeno ótico que acontece nas nossas câmaras fotográficas e nos nossos olhos. No caso das máquinas fotográficas essa projeção é registada em filme ou em sensor digital, o que permite posteriormente revelar fisicamente esse “registo de luz” – ou não significasse o termo fotografia “desenho de luz”. Para o olho humano, simplificando, o mecanismo é semelhante, com a projeção e ser lida e registada pelo cérebro humano através der impulso elétricos no nervo ótico.
Abordando as características das objetivas (ou lentes embora seja menos correto este termo, pois uma objetiva é normalmente composta por conjuntos de lentes) das máquinas fotográficas podemos encontrar justificações biológicas para alguns comportamentos humanos involuntários quando usamos os nossos olhos, pois o cristalino e a pupila funcionam mais ou menos como as objetivas. Por exemplo, é a dilatação da pupila que controla a entrada de luz para o interior do olho (a tal câmara escura), tão necessária para a adaptação às condições de luz natural que nos permite literalmente ver. Quando há pouca luminosidade a pupila dilata de modo a deixar entrar mais luz. O mesmo é válido para as objetivas, que têm vários tipos de abertura (normalmente as que permitem maiores aberturas, com melhores desempenhos em condições de pouca luz são as mais caras). É por isso que quando saímos de um local escuro para um outro espaço muito iluminado ficamos encadeados, conseguindo ver só passado algum tempo, somente quando a pupila se ajustou à abertura adequada para se construírem imagens.
No entanto, quanto maior for a abertura, tanto da pupila como da abertura do diafragma da objetiva, menor será a profundidade de campo - algo que se pode definir, simplificadamente, como definição em todos os planos nas várias distâncias: quanto maior a profundidade de campo maior a definição em todos os planos até uma determinada distância em profundidade de uma imagem. Assim, com aberturas pequenas conseguimos focar tanto o que está perto como o que está longe. É por isso que, inconscientemente, quando queremos ver melhor ao longe colocamos, tendencialmente, a mão sobre a testa a sombrear o olho, de modo a fazer diminuir o tamanho da pupila e podermos focar o objeto lá longe (com uma maior profundidade de campo).
Muito mais haveria para falar entre a relação biomimética das câmaras fotográficas com o olho humano, mas o artigo vai longo. Quem sabe talvez num próximo.
Referências Bibliográficas
A simplificação será a mais possível, pois facilmente se poderia cair em termos da ótica e biologia demasiado complicados. Então aqui vai.
lágrimas (1932) - Man Ray |
Abordando as características das objetivas (ou lentes embora seja menos correto este termo, pois uma objetiva é normalmente composta por conjuntos de lentes) das máquinas fotográficas podemos encontrar justificações biológicas para alguns comportamentos humanos involuntários quando usamos os nossos olhos, pois o cristalino e a pupila funcionam mais ou menos como as objetivas. Por exemplo, é a dilatação da pupila que controla a entrada de luz para o interior do olho (a tal câmara escura), tão necessária para a adaptação às condições de luz natural que nos permite literalmente ver. Quando há pouca luminosidade a pupila dilata de modo a deixar entrar mais luz. O mesmo é válido para as objetivas, que têm vários tipos de abertura (normalmente as que permitem maiores aberturas, com melhores desempenhos em condições de pouca luz são as mais caras). É por isso que quando saímos de um local escuro para um outro espaço muito iluminado ficamos encadeados, conseguindo ver só passado algum tempo, somente quando a pupila se ajustou à abertura adequada para se construírem imagens.
No entanto, quanto maior for a abertura, tanto da pupila como da abertura do diafragma da objetiva, menor será a profundidade de campo - algo que se pode definir, simplificadamente, como definição em todos os planos nas várias distâncias: quanto maior a profundidade de campo maior a definição em todos os planos até uma determinada distância em profundidade de uma imagem. Assim, com aberturas pequenas conseguimos focar tanto o que está perto como o que está longe. É por isso que, inconscientemente, quando queremos ver melhor ao longe colocamos, tendencialmente, a mão sobre a testa a sombrear o olho, de modo a fazer diminuir o tamanho da pupila e podermos focar o objeto lá longe (com uma maior profundidade de campo).
Muito mais haveria para falar entre a relação biomimética das câmaras fotográficas com o olho humano, mas o artigo vai longo. Quem sabe talvez num próximo.
Referências Bibliográficas
- Ang, Tom; 2009. "Manual de Fotografia Digital". Civilização Editora.
- Santos, Joel; 2010. "Fotografia - Luz, exposição, composição, equipamento". Centro Atlântico.
- Wikipédia, "Olho Humano", disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Olho_humano
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