A área de estudos dos jogos é neste momento um campo de investigação académica muito ativo. O modo como se criam, desenvolvem e aplicam jogos tem muito para ser estudado, mais ainda se quisermos analisar o que está para além dos jogos, com tudo aquilo que implica a sua utilização social e individual. O meta-jogo, pode muito bem ser considerado uma nova área da filosofia. Muito provavelmente voltarei a este tema, mas para já dedico este texto ao compêndio de algumas definições do que é um jogo, com base na obra de Katie Salen e Eric Zimmerman.
Os tópicos que se apresentam de seguida são transcrições e traduções do trabalho dos autores anteriormente referidos, que por sua vez citam os principais pensadores que se dedicaram a definir os jogos ou a referir características dos jogos. Ficam de seguida alguns desses excertos:
- David Parlett distingue entre jogos formais e informais: “Um jogo informal é apenas um jogar indireto, algo que as crianças fazem. Um jogo formal tem uma estrutura definida por meios e fins.”
- Clark C. Abt: “Um jogo é um contexto com regras em que adversários tentam ganhar objetivos.”
- Johann Huizinga, que não distingue o jogar do brincar, diz mais ou menos isto sobre os jogos: “Brincar/jogar é uma atividade livre situando-se fora da vida comum por não ser séria, mas ao mesmo tempo envolve o jogar profundamente e intensamente.”
- Roger Caillois descreve que jogar é: “Livre, um ato à parte, incerto, não produtivo, governado por regras, e uma atividade “faz de conta”.”
- Bernard Suits: “jogar um jogo é o esforço voluntário para ultrapassar um obstáculo desnecessário.”
- Chris Crawford identifica quatro qualidades nos jogos: “Representação, interação, conflito, segurança.
- Greg Costikyan: “Um jogo é uma forma de arte em que os participantes tomam decisões de modo a gerir recursos através dos elementos dos jogos para perseguir um objetivo.”
- Elliot Avedon & Brian Sutton-Smith: “Os jogos são um exercício de sistemas de controlo voluntário, em que existe concorrência entre poderes, confinados por regras de modo a produzir um resultado desequilibrado.”
Por fim importa apresentar a definição dos próprios autores, de Katie Salen e Eric Zimmerman, que resulta de uma análise crítica das anteriores definições e dos seus próprios contributo: “Um jogo é um sistema em que os jogadores se envolvem num conflito artificial, definido por regras, que permitem um resultado quantificável.”
O livro em que se baseiam estas informações “The Rules Of Play: Game Design Fundamentals” é um livro profundo, repleto de informações, com a informação devidamente sistematizada numa abordagem académica, mas que pode ser um precioso auxiliar para a prática de design de jogos.
Referências bibliográficas:
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