Penso que já todos ouvimos e lemos muitas referências ao uso de jogos de tabuleiro modernos em contextos não lúdicos, até em empresas, aplicados a dinâmicas orientadas para as suas necessidades e atividades. Este texto não aborda essas imensas possibilidades, mas apenas um caso muito concreto de aplicação real em Leiria.
A propósito de um projeto da União Europeia, que está a decorrer em Leiria, chamado UrbanWins, surgiu a necessidade de animar as sessões colaborativas públicas locais. Do guião e indicações de orientação constava a necessidade de criar algum tipo de atividade para fazer “desbloquear” os participantes.
As sessões de trabalho públicas cooperativas do projeto UrbanWins pretendiam envolver vários cidadãos locais, técnicos e não técnicos. Os participantes que se inscrevessem nas sessões de trabalho destinadas a abordar o tema do metabolismo urbano, dos resíduos e demais assuntos relacionados, seriam alocados a várias mesas de trabalho. Nelas iriam encontrar, seguramente, muitos desconhecidos. Havia necessidade de desbloquear e incentivar as pessoas a falarem um pouco de si e do tema em causa, antes de partir para a metodologia colaborativa propriamente dita do projeto.
Foi para este momento de preparação e desbloqueamento que surgiu a ideia de utilizar cartas do jogo Dixit. À entrada do espaço em se realizou o evento, depois de cada participante receber, de forma alectória, indicação da mesa em que se iria sentar, havia um painel disposto com várias cartas do Dixit Odissey. Cada participante foi convidado a escolher uma carta do seu agrado, sem qualquer sugestão ou outra orientação.
Depois de todos os participantes estarem devidamente sentados o condutor da sessão pediu para que cada pessoa se apresentasse e explicasse se havia alguma relação entre o tema a tratar e a carta que cada um havia escolhido. De notar que os participantes não sabiam o intuito da escolha da carta.
De um modo geral, quase todos os participantes disseram que escolheram a carta de forma aleatória, mas de imediato conseguiram fazer uma leitura e análise da sua escolha, encontrando uma justificação de cariz ambiental para a sua opção subjetiva e supostamente aleatória. Afinal as escolhas não tinham sido assim tanto ao acaso. Afinal havia sempre uma relação, mesmo que inconsciente, com o tema a tratar. As cartas, com os seus desenhos surrealistas, permitiram explorar a subjetividade de cada participante e iniciar o processo criativo que se queria depois potenciar posteriormente na sessão propriamente dita do Urbanwins, direcionada para os temas do metabolismo urbano e ambiente urbano.
Nota: para conhecer as atividades que se realizam em Leiria envolvendo jogos de tabuleiro modernos basta seguir a página do Clube de Boardgamers de Leiria.
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