Num texto que me chegou pela mão, aliás, pelo e-mail, de um amigo, é exposta uma interessante análise e argumentação sobre questões relacionadas com a actual crise económica. Deste documento, assinado por vários membros da “Associação Francesa de Economia Política” e intitulado de “Manifesto dos economistas aterrorizados – Crise e Dívida na Europa: 10 falsas evidências, 22 medidas em debate para sair do impasse”, constam vários exercícios de análise e resolução para a dita crise. Mas, desse documento, o que me fez mesmo criar este texto foi: a argumentação destes economistas contra a teoria – tão cara aos defensores do neo-liberalismo – de que os mercados são auto-reguláveis, que se auto-equilibram no sentido da sua própria sustentabilidade e eficiência. Sendo essa falácia - segundo os autores - ainda mais marcante e evidente no caso dos mercados financeiros.
Cesto de maças - Cézanne |
Então, para estes economistas franceses, nos Mercados a concorrência auto-regula-se devido à chamada “lei da oferta e da procura”, teoria que consiste em: “…quando o preço de um bem aumenta, a oferta e os compradores reduzem a procura; o preço baixa e regressa, portanto, ao nível de equilíbrio”. Eu diria - relembrando as palavras de um amigo economista, - que isto só é verdade se realmente todos os intervenientes nos Mercados forem racionais – coisa que nem sempre acontece como todos sabemos.
Bem, mas estas palavras nada têm de novo ou inovador, esta explicação não é mais do que economia e teoria dos Mercados do mais básico e simples, algo corriqueiro e ao nível daquilo que se considera ser cultura geral. A próxima constatação também nada traz de novo, especialmente para quem se dedica a tentar perceber e compreender os fenómenos de especulação, mais propriamente os fenómenos que provocam as famosas “bolhas especulativas”. No entanto, dado o momento que vivemos parece-me importante voltar a reforçar – tal como fazem os autores do documento em causa – que, se os Mercados nem sempre são auto-reguláveis, muito menos propensos à auto-regulação serão os Mercados Financeiros.
A desregulamentação leva, directa ou indirectamente, à especulação (racional ou não). O caos extremo, resultante das actividades especulativas, marcou um dos dias mais terrivelmente conhecidos da História do século XX, refiro-me à quinta-feira negra de 1929, evento que só não voltou a repetir-se com a crise de 2008 (tendo em conta as óbvias diferenças) devido à intervenção forçada – regulação à força – que Estados e outras Entidades concretizaram. Vejam-se então as palavras dos autores do documento sobre a descrição do processo que origina as famosas “bolhas especulativas”, fenómenos que podem levar ao caos: “…[no caso dos Mercados financeiros,] quando o preço [de um produto ou bem financeiro] aumenta é frequente constatar não uma descida mas sim um aumento da procura! De facto, a subida de preço significa uma rentabilidade maior para aqueles que possuem o título, em virtude das mais-valias que auferem. A subida de preço atrai portanto novos compradores, o que reforça ainda mais a subida inicial. As promessas de bónus incentivam os que efectuam as transacções a ampliar ainda mais o movimento. Até ao acidente, imprevisível mas inevitável, que provoca a inversão das expectativas e o colapso..."
Bem, mas estas palavras nada têm de novo ou inovador, esta explicação não é mais do que economia e teoria dos Mercados do mais básico e simples, algo corriqueiro e ao nível daquilo que se considera ser cultura geral. A próxima constatação também nada traz de novo, especialmente para quem se dedica a tentar perceber e compreender os fenómenos de especulação, mais propriamente os fenómenos que provocam as famosas “bolhas especulativas”. No entanto, dado o momento que vivemos parece-me importante voltar a reforçar – tal como fazem os autores do documento em causa – que, se os Mercados nem sempre são auto-reguláveis, muito menos propensos à auto-regulação serão os Mercados Financeiros.
A desregulamentação leva, directa ou indirectamente, à especulação (racional ou não). O caos extremo, resultante das actividades especulativas, marcou um dos dias mais terrivelmente conhecidos da História do século XX, refiro-me à quinta-feira negra de 1929, evento que só não voltou a repetir-se com a crise de 2008 (tendo em conta as óbvias diferenças) devido à intervenção forçada – regulação à força – que Estados e outras Entidades concretizaram. Vejam-se então as palavras dos autores do documento sobre a descrição do processo que origina as famosas “bolhas especulativas”, fenómenos que podem levar ao caos: “…[no caso dos Mercados financeiros,] quando o preço [de um produto ou bem financeiro] aumenta é frequente constatar não uma descida mas sim um aumento da procura! De facto, a subida de preço significa uma rentabilidade maior para aqueles que possuem o título, em virtude das mais-valias que auferem. A subida de preço atrai portanto novos compradores, o que reforça ainda mais a subida inicial. As promessas de bónus incentivam os que efectuam as transacções a ampliar ainda mais o movimento. Até ao acidente, imprevisível mas inevitável, que provoca a inversão das expectativas e o colapso..."
Muito pessoalmente – sendo pouco importante aqui a minha opinião pois sou um mero curioso nestas lides -, vejo como inevitável e, acima de tudo, desejável, a regulamentação séria e consciente, em ser totalitária ou repressiva de modo a evitar males ainda piores, dos Mercados – Mercados financeiro incluídos.
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