quarta-feira, 1 de março de 2017

Hegel simplificado


Simplificar o famoso filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel é um verdadeiro serviço à humanidade, especialmente na época que corre.
Hegel produziu muito do ponto de vista filosófico e foi extremamente influente no pensamento ocidental posterior. Atingiu o mais alto cargo académico alemão na época e foram muitos os filósofos posteriores que partiram das suas teses filosóficas.
 
Retrato de Hegel - Schlesinger
Mas Hegel escrevia de um modo horrivelmente complicado. Os seus longos livros são de muito difícil digestão, até para especialistas. Talvez por isso não tenha atingido a popularidade de outros filósofos num público mais leigo.
O canal de Youtube “The School of life” produziu uma série de vídeo sobre filosofia, rápidos e animados. Aquele que dedicaram a Hegel é especialmente interessante, pois consegue, em alguns minutos simplificar a introdução ao seu pensamento.
 
 
Do vídeo podemos concluir então concluir a importância do pensamento de Hegel em alguns tópicos:
  • Defendeu a importância de estudar a história, pois na sua época o passado era visto como “atraso” ou como mero meio de compreender o passado, quanto muito para algum tipo de legitimação do presente. Hegel defendia que a história deveria ser estudada de um ponto de vista crítico, pois a sua não linearidade fazia com que muitos conhecimentos importantes tivessem ficado esquecidos. Ou seja, ao passado poderíamos ir beber conhecimento válido para o presente e para o futuro.
  • A noção de dialética das ideias e do conhecimento. Concluía que a humanidade vivia em constante conflito histórico, do conhecimento, do comportamento, dos valores, etc., e que era desses processos que se geravam os avanços ou retrocessos que alimentavam a própria história da humanidade. Hegel identifica a uma relação dialética como o conflito de um conceito (tese) confrontado com o seu oposto (anti-tese) para gerar posteriormente uma conclusão (síntese). Esta simplificação representa muito daquilo que é o pensamento moderno racional, do conflito de ideias, da sua colocação à prova até se chegar a uma conclusão e até dos princípios democráticos. Essa conclusão a que Hegel chama “síntese” poderia ser uma nova ideia que teria posteriormente novo contraditório até se chegar a um novo resultado, gerando-se novamente o processo dialético, num processo contínuo ao longo da história mas não linear, até eventualmente a dialética cessar com o verdadeiro conhecimento. O processo tinha avanços e recuos, podendo as “teses” e “anti-teses”, tal como as “sínteses” ocorrer em períodos históricos diferentes. A aplicabilidade desta construção intelectual tem imensas aplicabilidades.
  • Na sequência do processo dialético Hegel também defendia algo bastante original. Dizia que na opinião adversária residia sempre valor e interesse. Ou seja, devemos procurar também na opinião ou posições dos nossos adversários partes da verdade que queremos atingir.
  • Hegel também se dedicou à estética. Destacava a importância da arte como mecanismo de vinculação de ideias, de expiação, de catarse, de transmissão de sentimentos, valores e cultura. A arte tinha de ter um propósito. A cultura seria o maior dos valores, tendendo o processo dialético para essa conclusão.
Hegel criou um pensamento monumental que parece ser de uma actualidade incrível, apesar dos seus dois séculos. Podemos ver inspirações da sua filosofia na história das ideias e da própria humanidade desde o século XIX.
 

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