domingo, 21 de novembro de 2010

Gandhi o disfuncional sexual?

Mohandas Karamchand Gandhi é ainda hoje uma das personalidades mais importantes e conhecidas do século XX, e até de toda a História da Humanidade. Gandhi, que era apelidado de Mahatma – “A Grande Alma” –, inspirou e continua a inspirar os defensores e activistas pelos direitos cívicos, pela autodeterminação dos povos, mas especialmente todos aqueles que optam pela “luta” através da não-violência – por mais contraditório que isso possa parecer o estudo da sua vida e obra provam que tal modo de luta é possível.
Mohandas Gandhi - Vikas Kamat
Mas, tal como quase todas as grandes personalidades da história, especialmente quando a sua vida e obra é registada com fins políticos ou outros, a vida de Gandhi foi, de algum modo, alvo de um "tratamento" direccionado que quase o divinizou, tendo sido deliberadamente “esquecidos” alguns acontecimentos menos próprios de alguém que se queria que fosse recordado como incontroverso. No artigo “Sexo, Mitos e Gandhi”, da autoria de Jad Adams, publicado originalmente no “The Independent” em 7/04/2010, que nos chega a Portugal através da edição de Julho de 2010 do Courrier Internacional, é abordada a vida sexual de Gandhi, mas também o modo como “Mahatma” teorizou e divulgou as suas ideias sobre os comportamentos e condutas sexuais a adoptar. Sexo, ou condutas sexuais, não é usualmente algo que se refira ou associe a Gandhi e à sua obra, mas na verdade o sexo (ou a falta dele) foi uma das grandes preocupações na vida deste grande activista e líder político e espiritual indiano. De um modo resumido, Gandhi defendia o celibato e propagandeava-o como conduta desejável a adoptar, isto para si próprio mas também para todos os Indianos – até para os jovens casais. Mas a verdadeira polémica até nem é a acérrima defesa do celibato – mesmo pensando em todos os efeitos negativos que isso teria a nível demográfico -, o que chocou, e ainda continua a chocar todos os que se debruçam sobre esta faceta de Gandhi, eram os constantes testes que Gandhi fazia à sua capacidade de resistir às tentações e impulsos sexuais: chegava a tomar banho com muitas das jovens mulheres da sua família alargada; dormiu repetidamente com jovens mulheres, referindo que o fazia estando ambos completamente nus. Que se saiba nunca resultou qualquer contacto sexual destas experiências e testes a que Gandhi se sujeitava e com quais queria provar que dominava a sua sexualidade e vontade de ser celibatário, no entanto, este comportamento chocou os seus contemporâneos, os seus familiares e os seus apoiantes políticos. Os mais acérrimos críticos desta conduta e comportamentos viam-no como um disfuncional sexual, um desequilibrado que reprimia e defendia a repressão sexual.
Posteriormente, à medida que o mito de Gandhi ganhava forma, especialmente depois da sua morte e do nascimento do Estado Indiano que queria criar os seus próprios heróis, estes episódios foram propositadamente omitidos.
 
Apesar de tudo, não se pode pôr em causa a importância e o papel de Gandhi para a história da Índia e para a própria história da humanidade, especialmente pelo exemplo que deu: por nos ter mostrado que para vencer não é preciso recorrer à violência – apesar da repressão sexual poder ser considerada também uma forma de violência.

6 comentários:

  1. Uau! Não fazia a minima ideia disto.

    Que weirdo. =|

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  2. lol, Já li sobre o assunto, inclusive comentários da esposa. :D O grande problema destas questões é que são sempre tratadas por pessoas que não fazem a mínima ideia do estado de evolução espiritual e de carácter deste homem (e no mundo são raríssimos) e como tal todos os comentários que se façam ao assunto só podem ser hilariantes e pois são feitos por pessoas que mesmo com acesso a informações fidedignos são incapazes de as compreender.
    Duas palavras apenas: GRANDE LIDER!!!!!

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  3. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  4. Opiniões ao nível dos juízos de valor. A conduta de Gandhi, como a de tanto outros líderes, agrada a uns e desagrada a outros - nada de mais natural.
    Tanto a sabedoria como a ignorância podem ser de muito difícil compreensão, especialmente quando as queremos ver transparecer nos códigos de conduta, filosofias de vida e demais opções pessoais.

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  5. A Perfeição é Eterna... o ser humano não... embora Gandhi se aproximasse mais da perfeição, do que qualquer outro humano comum e por isso tivesse atingido a Eternidade, da forma que os Homens a podem atingir, ou a podem percepcionar.

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  6. Apesar de ser um homem pacífico e prégar a não violência,morreu assassinado por um indiano.

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