quarta-feira, 28 de outubro de 2009

História, qual o significado e importância?

Escola de Atenas - Rafael
Desde há algum tempo que me questionava sobre o significado da palavra “História”, mas nunca tinha pensado seriamente nisso ao ponto de fazer uma pesquisa nesse sentido. Enquanto estava a folhear um atlas de História bem simpático e muito bem ilustrado, o livro “Grande Enciclopédia da História” da editora Livraria Civilização Editora, deparei-me com a explicação que sempre me suscitou curiosidade. Numa dessas páginas perdidas estava escrito que História em Grego arcaico significava “Investigação Racional”, significado que dá uma dimensão muito mais abrangente ao que hoje se entende por estudo da História. Eu diria que o conceito original é quase semelhante ao da “Ciência” actual. Terá sido então a História a precursora da ciência e não a Filosofia? Será por isso que existe uma Musa para a História (Clio) e não uma para a Filosofia (entendia-se que somente as grandes artes e ciências tinham uma musa em sua consagração)?
Na minha opinião, a ausência de musa para a Filosofia talvez tenha acontecido pelo simples facto de a filosofia só se ter definido como “o gosto pela sabedoria” posteriormente à criação das 9 musas, não se devendo tirar dai grandes ilações. Diria que a “Ciência” nasceu de uma série de conhecimentos e vontades humanas e não apenas de uma suposta área do saber. Esta explicação que apresento é apenas uma especulação, sem grande investigação ou comprovação que a sustente. O principal objectivo aqui, aquele que considero mesmo pertinente, é mesmo levantar questões.
Com este texto pretendia também tentar reforçar a importância da História, quer pela influência que teve na génese do saber Ocidental quer pela sua importância actual, embora por vezes imperceptível. Isto porque, sempre que fazemos uma qualquer investigação sobre um qualquer assunto ou tema, acabamos sempre por recorrer à Historia para a aquisição dos conhecimento base necessários para esse próprio estudo. Ou seja, quando queremos aprender a somar temos, à partida, de ter o conhecimento da existência dos números, conhecimento este exclusivamente adquirido através do estudo da História da Matemática. Pois a invenção ou descoberta deles faz parte da História dessa Ciência, embora não o aprendamos conscientes de que estamos a recorrer da História. História não é só História Social, essa é simplesmente a mais famosa devido a muitos factores, por exemplo, devido às grandes individualidades e acontecimentos que ainda hoje influenciam e definem o modo como vivemos e nos comportamos.
Com isto, a História é ou não importante? Mesmo esquecendo aqueles chavões: “sem conhecer o Passado não podemos compreender o Presente e planear o Futuro”.

6 comentários:

  1. Ouvi recentemente, penso que do editor da revista "Blitz" uma frase que acho que é bem elucidativa quanto à importância da História, passo a citar: "Desconhecer a História é começar do zero todos os dias"

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  2. Concordo, Caro Micael.

    Mas há Chavões sobre a importância da História que não convém mesmo esquecer! A frase do editor da “Blitz”, que desconhecia por completo, é curiosa e para não esquecer.
    Também existe aquela frase impropriamente atribuída Simon Wiesenthal, a propósito do holocausto nazi, que foi, na verdade um provérbio satírico do escrito espanhol Jorge Satayana dos finais do século XIX/início do séc. XX – «aqueles não lembram o passado estão condenados a repeti-lo». Peço licença para “surripiar” este post (com a indicação da origem, obviamente).

    Um Abraço

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  3. As suas palavras enchem-me de orgulho. Ter um dos meus textos usados por alguém que é profissional do ensino da História é um dos melhores elogios que poderia receber. Muito obrigado.
    Esteja à vontade para o utilizar.

    Quantos aos chavões, temos mesmo de os continuar a utilizar, pois muitos querem fazer diminuir a importância do saber histórico. Para eles, não podemos diminuir esforços, pois há que evitar erros do passado - nosso e dos demais

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  4. Um Povo sem História, é realmente um Povo sem memória e um povo sem memória é um Povo escravo. A História é demasiado importante para ser esquecida, mas não nos podemos alhear de que a História foi escrita pelos vencedores... e que à priori ficamos com uma má imagem dos vencidos, claro está, quando não são esquecidos... uma lacuna que nunca poderemos tapar.
    Sempre gostei de História, mas fico admirada e como o meu tempo escolar já foi há muito, como o Ensino, espedialmente o básico e secundário, resumiu a disciplina de História a quase nada. Vi isso pelos livros dos miúdos, que mais parecia aqueles livrinhos de brincar, sem a mínima importância em que as perguntas se respondem por respostas múltiplas com um X na resposta certa, muito didáctico como dizem... quanto menos souberem escrever, melhor! Não haja dúvida que o sistema de ensino está apostado em acabar, com uma das coisas mais interessantes e importantes do saber humano. Qual não foi o meu espanto, quando assinei uma petição online para que a História voltasse ás escolas portuguesas! Isto já vai assim?! pensei.
    Agora o Micael vê, porque repetimos os erros do passado... é que este País, dá a impressão de ter entrado num círculo vicioso de comportamentos humanos, que não se equipara por exemplo aos povos mais desenvolvidos, ou nem precisamos de lá chegar... basta olhar para a vizinha Espanha, que tanta História partilhou connosco. Será a falta de memória?!
    É que já o Eça, Garret e muitos outros, chamavam a atenção para errose esses erros que continuam a ser feitos... e lá vai mais de um século!
    Quanto a conceitos e ainda, eu gostaria de saber por que artes do diabo, aparece agora a palavra estória para coisas fictícias... pronto detesto essa palavrinha, mas que está muito em voga, está (de onde virá tal vocábulo?) e qualquer dia, se não estamos atentos a História de Portugal, passa a ser uma Estória! :)

    Um abraço.

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  5. Para distinguir as "histórias" eu prefiro alterar apenas o tamanho do H.
    Cara Helena, temos mesmo de lutar contra que, através da sua limitação de visão e clara falta de conhecimentos, pretende renegar a História - com H grande - para a prateleira do esquecimento. Triste é quando os vencedores - que deveriam ser os mais cultos - nem querem escrever e recordar a sua própria história...

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  6. Pois aqui, é que o Micael acerta em cheio!... apesar da análise estar também excelente.

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