Muitos mitos prosperaram em volta das artes marciais, muitos por culpa do cinema e da televisão - tendo sido o Karaté uma das artes marciais mais em foco. Enquanto antigo praticante desta arte marcial gostava de poder contribuir para desmistificar e expor alguns dos seus saberes ancestrais. Karaté significa “Mão vazia”, numa alusão de que não é permitido o uso de qualquer armamento, mas também porque se depreende que a mão do praticante deve ser “vazia de qualquer má intenção”.
O karaté tem a sua origem na ilha de Okinawa. Derivou inicialmente do Kung Fu chinês, já que a ilha até ao século XVI esteve sob a influência dessa potência por ai ser um importante entreposto comercial. Aquando da ocupação da ilha pelo império japonês, todo o uso de armas foi proibido aos naturais da ilha foi. Assim, a primitiva arte marcial de Okinawa desenvolveu-se no sentido da defesa pessoal sem o recurso a qualquer armamento, restringindo-se ao uso exclusivo do corpo como arma. À medida que a cultura nipónica conquistava e aculturava a ilha, e os autotenes se começavam a considerar japoneses de pleno direito, a sua arte marcial foi, progressivamente, assumindo traços mais nipónicos - adoptaram o tradicional Kimono japonês e o actual nome de Karaté.
Esta, como tantas artes marciais, é mais que um conjunto de técnicas de combate, mais que ferramentas de ataque e defesa pessoal. O facto destas actividades serem conhecidas como "artes", e não somente técnicas marciais, está relacionado com a própria filosofia que lhe é intrinseca, com o rigor, a etiqueta, o respeito pelos membros mais experientes, o culto pelo desenvolvimento e aperfeiçoamento pessoal e regras de conduta que são incutidas a todos os praticantes.
A meu ver, o karaté, tal como muitas outras artes marciais orientais, deve, sem qualquer dúvida, ser considerado uma riqueza cultural, um excelente produto de troca e intercâmbio humanístico à escala global. O facto do ocidente ter acedido a estas milenares formas de saber do oriente é um sinal de que nem toda a globalização é negativa.
A meu ver, o karaté, tal como muitas outras artes marciais orientais, deve, sem qualquer dúvida, ser considerado uma riqueza cultural, um excelente produto de troca e intercâmbio humanístico à escala global. O facto do ocidente ter acedido a estas milenares formas de saber do oriente é um sinal de que nem toda a globalização é negativa.
Karaté – guia essencial para dominar a arte – editorial estampa
Boas
ResponderEliminarSó vi este teu post agora!!
Muito há a dizer sobre as artes marciais e o karaté em especial.
Para quem o treino nos sítios onde são incutidos os valores a que te referes é verdadeiramente um modo de vida. Aconselho a todos praticarem, não só o karaté, mas outras artes marciais que se regem pelos mesmos princípios e valores.
Faça a publicidade deixo aqui o blog do Sensei Jordão, onde para além de falar de eventos que se realizam podemos também nalguns artigos ver exactamente esta parte mais "marcial" e histórica do karaté! Aconselho a todos!
http://karateleiria.blogspot.com/
Se um dia quiserem praticar falem comigo!!
Micael excelente artigo, espero-te nos treinos!!
Oss