
As duas personagens principais – Breuer e Nietzsche – vão criando, e aprofundado entre si, uma relação de cumplicidade e partilha intelectual: grande parte da obra é dedicada aos diálogos entre Breuer e Nietzsche e à descrição das meditações e pensamentos individuais de ambos, sem esquecer também os importantes contributos de outras personagens secundárias como é o caso de Sigund Freud. Yalom consegue juntar numa ficção Breuer e Nietzsche (que na verdade nunca se conheceram), conciliando assim as duas áreas do saber que os distinguiram através de uma simbiose capaz de cativar um público generalista e não especialistas em psicologia e filosofia. Esta natural relação entre estas duas áreas do saber é facilitada pela abordagem comum à condição humana e a leitura torna-se fácil pela introdução de dilemas pessoais e sociais que nos podem ser tão próximos.
Destaco também neste original livro as notas finais do autor por permitirem esclarecer o que é ficção e o que não é. São identificadas as referências e os dados históricos reais e os que foram criados especificamente para dar forma e coerência ao romance. Esta feliz e pertinente opção do autor vem de encontro ao que tenho vindo a defender: a necessidade de, numa obra de ficção, informar os leitores ou espectadores do que é documental e do que foi premeditadamente criado ou readaptado como fruto do processo criativo em causa.
Destaco também neste original livro as notas finais do autor por permitirem esclarecer o que é ficção e o que não é. São identificadas as referências e os dados históricos reais e os que foram criados especificamente para dar forma e coerência ao romance. Esta feliz e pertinente opção do autor vem de encontro ao que tenho vindo a defender: a necessidade de, numa obra de ficção, informar os leitores ou espectadores do que é documental e do que foi premeditadamente criado ou readaptado como fruto do processo criativo em causa.
Esta obra de ficção do psiquiatra Yrvin D Yalom, é muito interessante porque mistura personagens reais com factos verdadeiros e podemos observar a envolvência da psicanálise e da filosofia.
ResponderEliminarO romance nos mostra que Nietzsche encontra a sua libertação quando chora, e ao mesmo tempo ele se permite compartilhar a solidão com outro ser humano, com Breuer. Da mesma forma que Breuer encontra na filosofia de Nietzsche as respostas para os seus problemas.
Lumena
A libertação de Nietzsche acontece quando confia. Mas será que Nietzsche realmente era a pessoa que é descrita no livro? Bem, não o saberemos, mas pelo menos através dessa criação enquanto personagem somos levados a realizar e questionar uma série de coisas.
ResponderEliminarGostei muito do livro... e também da forma como a análise está feita, Micael. Mais nada a acrescentar... a não ser que, para Nietzsche confiar, tinha mesmo de ser ficção, não é verdade? :)
ResponderEliminarNem sei se ele saberia o que é confiar, pelo menos a atender às palavras deste livro.
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