segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Espirrar em várias línguas

Recuperando parte de um antigo texto aqui do blogue [1], pois na sua parte final consta algo que merece ser destacado por si só num texto isolado. Isto a propósito dos espirros.
Mulher em Lágrimas - Picasso
Quando espirramos fazemo-lo como um movimento involuntário, ainda que algumas pessoas os tentem conter e travar. Não isso que vou discutir ou analisar. O que aqui vale a pena referir é o som que fazemos. A onomatopeia (processo de formação de uma palavra por imitação de um som natural [2]) do espirro é uma curiosidade em si, pois pode ser muito diferente de língua para língua, apesar de até poderem ter origens comuns.

Assim, quando espirrarem no estrangeiro, muito provavelmente denunciam a vossa condição de forasteiros.

Aqui ficam então alguns exemplos demonstrativos [3]:
• Em Árabe é "عطسة"
• Em Alemão é "hatschi"
• Em Búlgaro é "апчих"
• Em Cantonês é "hut-chi" (乞嚏)
• Em Chinês é "penti" (喷嚏)
• Em Dinamarquês é "atjuu"
• Em Esloveno é "kihanje".
• Em Espanhol é "atchís" e "atchús"
• Em Francês é "atchoum"
• Em Hebreu é "apchee"
• Em Hindi é "chheenk".
• Em Indonésio é "'hatchi'"
• Em Inglês é “Atchoo”
• Em Islandês é "Atsjú"
• Em Japonês é "hakushon" ou "kushami". Escrito como はくしょん ou 嚏(くしゃみ).
• Em Letão é "apčī",
• Em Marata é "shheenka".
• Em Neerlandês é "hatsjoe" e "hatsjie"
• Em Norueguês é "atsjo"
• Em Polaco é "apsik"
• Em Romeno é "hapciu"
• Em Tagalo é "hatsing"
• Em Tailandês é "Hutchew ou Hutchei" (ฮัดชิ่ว or ฮัดเช่ย)
• Em Tâmil é "Thummal".
• Em Telugu é "Thummu".
• Em Turco é "hapşuu"
 
 

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Ver os consumos energéticos em tempo real gera poupança

Vários estudos têm demonstrado que o simples facto de se visualizar em tempo real os consumos energéticos gera poupanças. Por vezes não é necessário instalar qualquer outro equipamento especial ou medidas físicas, basta saber o que se está a consumir para levar a mudanças de comportamento dos utilizadores dos edifícios para que assim se obtenha poupança energética.
Fonte: http://www.theatlantic.com/business/archive/2011/11/ges-killer-idea-a-real-time-energy-dashboard-for-your-house/248519/

Citando trabalhos e projetos da ENERDURA , são apontados vários estudos que têm vindo a comprovar isso mesmo. Segundo essa agência regional: Em 2006 a Universidade de Oxford aponta para poupanças entre 5 e 10% obtidas através da existência de informação detalhada sobre os consumos em tempo real [1]; Posteriormente a entidade reguladora do sector energético no Reino Unido apontam para poupanças de 2,8% para a electricidade e 4,5% para o gás natural [2]. Mas já outras investigações estimam também reduções entre 4 e 10% no consumo de água [3].
Assim, quer seja para os consumos de água ou de energia, ter a informação dos consumos em tempo real leva a poupanças significativas. Ainda hoje em dia os contadores, quer seja de água, eletricidade ou gás, são concebidos para utilização dos operadores e fornecedores do serviço, e não para que os utilizadores possam monitorizar e controlar os seus consumos e custos.
A mudança dos contadores será uma forma de conseguir poupança. Provavelmente será essa a tendência futura, uma vez as empresas do sector estão a orientar os seus produtos e serviços para essa possibilidade
Referências
[1] Darby, S. 2006, “The effectiveness of feedback on energy consumption : A review for DEFRA of the literature on metering, billing and direct displays”. Universidade de Oxford.
[2] BERR - Department for Business, Enterprise and Regulatory Reform, 2008, “ENERGY METERING: A consultation on smart and advanced metering for small and medium sized businesses and sites, and other non-domestic customers”.
http://www.berr.gov.uk/files/file47191.pdf
[3] http://smartcitiescouncil.com/resources/smart-water-metering-solution-reduces-water-usage-10-australian-city

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Sócrates, Platão e Aristóteles - Os Antidemocratas

Surpreendentemente (ou não) 3 dos maiores nomes da filosofia grega, todos com ligação à cidade de Atenas, durante o regime democrático, eram críticos da democracia. Os conhecidos Sócrates, Platão e Aristóteles criticavam diretamente o sistema democrático vigente. Obviamente que cada um seguia o seu modelo conceptual filosófico, e alguns eram bem divergentes, mas ambos consideravam que a democracia que conheciam não levava ao “bom governo” da polis. Eram vários os casos de tomadas de decisão absurdas. Eram vários os casos dos cargos públicos serem ocupados por cidadão incompetentes e impreparados para os desafios da governação. Não esquecer que muitos dos cargos eram obtidos por sorteio. Segundo os filósofos citados – de um modo geral e simplificado -, os cidadãos eram facilmente manipulados. Um desses casos foi a condenação à morte de Sócrates, por ter colocado em causa a democracia quando levava os jovens a refletir sobre as suas falhas. O desenrolar desastroso da condução da política ateniense durante a Guerra do Peloponeso contra Esparta resultou também de más decisões, tudo devido a instabilidade governativa e pela escolha de maus líderes. Depois disso Atenas nunca mais atingiu a sua anterior glória.
Atenas - Philipp Foltz
Todos eles dedicaram parte do seu pensamento filosófico a definir novas formas de governo que consideram superiores à democracia. Por exemplo, Platão defendia um modo particular de aristocracia (em igualdade de oportunidades) e Aristóteles uma versão moderada de oligarquia (assente no constitucionalismo), sendo que todos consideravam a tirania igualmente má. De notar que os modelos monárquicos e aristocráticos que defendem não coincidem com os sistemas de governo que conhecemos e aconteceram ao longo da história, as suas conceções são conceptuais e até utópicas (ver também notas/links [1] e [2]).
Raramente se refere esta vertente antidemocrática destes três filósofos. É certo que a democracia na sua época estava longe der ser universal como hoje, e não existiam os mecanismos e meios que hoje existem. Também as suas sociedades são incomparáveis, pois não podemos comprar geografias e realidades históricas tão diferentes. Cada sociedade tem de ser analisada e compreendida na sua realidade geográfica e histórica.
Por outro lado, tendo sido homens que tanto contribuíram para o desenvolvimento do pensamento ocidental, e também para o conhecimento e ciência, talvez seja por simpatia, nesta era das democracias, que se lhes omite essa “falha”.


Notas/Links referidos no texto:
[1] - Defender a Aristocracia faz sentido?
[2] - Tecnocracia – A Utopia que Platão Prescreveu na sua República?

Fontes bibliográficas:
Farago, France;"As Grandes Correntes do Pensamento Político"; Porto Editora, 2007.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Uma introdução ao Sushi

A proibição de comer carne (primeiro decreto no século VII) e o não consumo de lacticínios levaram a que o peixe fosse a principal fonte de proteínas no Japão. 

Um provérbio japonês diz: “em primeiro lugar come-o cru, só depois grelha-o ou coze-o, como último recurso”. Dai a predileção pelo sashimi. 

O conceito de sushi nasceu um pouco por todo o sudoeste asiático como forma de preservar peixe (e carne), sendo cortado e colocado entre camadas de arroz para ser guardado durante os invernos e monções. A fermentação natural que ocorre quando o peixe é associado ao arroz gera ácido láctico que previne o apodrecimento. A junção do vinagre faz acelerar todo o processo. 

Foi no século XVII que surgiu a ideia de colocar pedaços de sashimi sobre bolas de arroz, nascendo os nigiris. Posteriormente começaram a enrolar, utilizando folhas de algas secas, os primeiros makis.
Bigsushi - Mary Ellen Johnson
O arroz do japão, fruto de séculos de manipulação natural, tem o bago mais curto e arredondado, tento também uma especial aderência que permite fazer os vários tipos de sushi e permite ser comido mais facilmente com recurso a pauzinhos. O processo de cozinha do arroz é bastante exigente, não podendo perder demasiada humidade, nem as peças de sushi serem feitas com o arroz demasiado quente para não afetar a frescura do peixe, nem demasiado frio para que não se perca a aderência. 

O peixe terá de ser sempre muito fresco. No caso dos peixes azuis (como o carapau e a sardinha) o próprio filete de peixe deve manter-se durante algum tempo em vinagre para assegurar a sua frescura e garantir um efeito anti-bacteriológico adicional. 

Da cultura japonesa o sushi recebe o conceito de equilíbrio. O Arroz deve ser cozido na mesma quantidade da água. Os vários sabores e as texturas devem equilibrar-se: o doce com o amargo, o crocante com o cremoso. 

Deve mergulhar-se os pedaços de sashimi e sushi no molho de soja para assegurar uma mais fácil digestão. Separadamente, ou diretamente no molho de soja, deve adicionar-se wasabi, que tem um efeito anti-bacteriológico. O gengibre, que é uma raiz tal como o wasabi, é também anti-bacteriológico, mas serve também para “limpar o paladar” sempre que se altera de tipo de sushi ou sashimi. 

Um mito japonês sugere que só os homens podem fazer devidamente o sushi, uma vez que a temperatura e humidade das mãos femininas alteram as propriedades do peixe. Obviamente é um mito sem qualquer fundamentação. 

As peças de sushi e sashimi devem ser comidas integralmente, sem cortes adicionais ou qualquer outro tipo de deturpação, de uma só vez. Não se devem usar as mãos nem metal para pegar as peças. Qualquer violação destes preceitos é considerada uma falta de etiqueta e respeito pelos japoneses.
Referência s bibliográficas:
  • Lins, Ana; Morais, Paulo; "Sushi em casa", Matéria Prima, 2012.
  • Wikipédia; "Sushi", disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sushi
  • Vários; "Sushi", Dinalivro, 2006.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

"No geral somos idiotas" - Um vídeo inspirado nos textos deste blogue

Recentemente participei em mais um Ignite, o nº 53 realizado em Portugal. Nessa edição comemoraram-se os 40 anos da liberdade política em Portugal. O tema desse Ignite foi a Democracia, e o espaço o Museu da Eletricidade - esse marco nacional do património industrial, excelentemente aproveitado e valorizado como museu e sala de eventos.
Partilho aqui o vídeo dessa minha participação pois ela inspirou-se em vários dos textos criados para este blogue, entre eles: Afinal de onde vêm e quem são os idiotas? ; Quando os Ministros eram escravos ; etc.
O vídeo tinha como objetivo fazer consciencialização para a necessidade de mais participação cívica política, pois esse é o único modo de concretizar na plenitude uma democracia. Se assim não for dificilmente a democracia será conveniente e verdadeiramente democrática, pensada e criada para todos os cidadãos, independentemente das eventuais hierarquias ou classes sociais, formais ou informais. A ignição para este vídeo foram as origens etimológicas dos termos "idiota", "ministro", entre outras curiosidades e conhecimentos multidisciplinares.
Fica então a partilha do vídeo.  

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