quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Influências para as unidades e divisões dos países e nações da América Latina

Ao fazer alguns estudos sobre o livro do registo do II Congresso do Distrito de Leiria e Alta Estremadura deparei-me com um precioso texto de Joaquim Romero de Magalhães, intitulado de "Os espaços da administração portuguesa do século XVI". O autor, nesse texto, defende a tese de que em portugal sempre se organizou o seu território de modo a que fosse sempre fortalecida a unidade nacional, mesmo ainda em tempos anteriores  à invenção do próprio nacionalismo - aquele que hoje conhecemos e se associa à ascensão dos Estados-Nação do século XIX. Em Portugal, por várias razões, entre elas a necessidade de unidade para fins militares relacionadas com o receio permanente de invasões do vizinha Espanha, nunca se pretendeu reforçar o poder regional, nem pela criação de novas fronteiras regionais com poder efectivo, nem pela união dos concelhos em regiões, isto já em pleno século XVI. Não é então de estranhar, ainda que as muitas razões de antigamente pouco sentido talvez ainda façam, que ainda hoje seja difícil discutir o tema da regionalização, quanto mais proceder à discussão dos modelos de aplicação a Portugal.
Paineis "Guerra e Paz" - Candido Portinari
Para Joaquim Romero Magalhães foram a característica unidade portuguesa e o separatismo de Espanha (com as suas regiões com fortes tendências nacionalistas que acentuam a distinção e separação, por exemplo são notórios os casos do País Basco e da Catalunha) que condicionaram a história e geopolítica dos países da América Latina. Teriam sido então as características de unidade interna e nacional dos países colonizadores a influenciar os países que nasceram das antigas colónias. Daí termos apenas um país falante do Português nas Américas e uma imensidão de outros falantes de Castelhano.  Claro que as influências das metrópoles europeias não foram as únicas razões para as fronteiras e existências dos vários países, até porque as culturas e sociedades pré-colombianas existentes contribuíram também indiscutivelmente para isso (a civilização Azteca influenciou muito o México, tal como a Inca o Peru).
Os países da América Latina, ainda que muitos habitantes desses países não hesitem em dizer que prefeririam ter sido originalmente colónias de países anglo-saxónicos, herdaram muita da genética a cultura dos países Ibéricos - para o bem e para o mal. Fica a questão: qual terá sido o melhor modelo herdado afinal afinal?

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