segunda-feira, 30 de agosto de 2010

‘Inimigo às portas’: mais que um filme sobre a 2ª Guerra Mundial

Até hoje nunca aqui transcrevi excertos de diálogos de um filme. Mas no caso do filme  aqui em causa a introdução destas “falas” parece-me ser capaz de suscitar a reflexão sobre alguns dos grandes temas da vida em sociedade (nas últimas décadas) - reflexões sobre a própria condição humana.
Trago aqui um filme de guerra, mais concretamente, sobre uma das mais importantes batalhas da História  – A batalha de Estalinegrado. Apesar de se terem feito muitos filmes e séries sobre a 2ª Guerra Mundial esta rodagem tem a particularidade de não envolver os Estados Unidos da América e as suas beligerâncias e participações nesse conflito mundial. A acção passa-se em Estalinegrado – Cidade rio Volga que controlava e dava acesso aos vastos recursos petrolíferos do sudoeste da URSS -, aquando do cerco Alemão à cidade de Estalinegrado - nomeada assim em "honra" do líder soviético de então (Estaline) -, naquilo que foi uma das primeiras, e provavelmente a maior, das batalhas urbanas de grande escala. O filme intitula-se de 'Inimigo às Portas' e foi realizado por Jean-Jacques Annaud. Nessa obra é-nos relatado aquilo que poderia ter sido a visão Soviética e Alemã – mas principalmente a soviética - da frente Oriental, naquele período crítico em que a URSS este verdadeiramente em risco de ser conquistada e de Hitler dominar uma zona rica em recursos naturais que lhe permitiria no futuro, muito provavelmente, garantir o domínio mundial.
Das lutas e combates urbanos da batalha que serve de pano de fundo ao filme, a acção centra-se na história de um soldado que pela sua mestria se torna franco-atirador e um herói de guerra devido à propaganda soviética. A obra fala-nos principalmente sobre relações e interacções humanas que se poderiam ter proporcionado naquele difícil palco de guerra, entre elas: a amizade, o amor, a coragem, os ideais, a inveja e o ódio.
Deixo aqui então um excerto - uma verdadeira epifania de uma das personagens - que só por si permite uma análise política, social e até outras - independentemente de ter sido proferida num filme, numa obra literária ou até mesmo numa conversa de café. 
Numa das últimas cenas, Danilov (escritor e especialista em propaganda) diz assim para Vassili (o heróis franco-atirador do exercito russo):
“O Homem será sempre o Homem.
Não há um Homem novo, 
Esforçamo-nos tanto para criar uma sociedade de igualdade, 
onde não haveria lugar para invejar o nosso vizinho. 
Mas há sempre algo a invejar. 
Um sorriso… uma amizade. 
Algo que não possuímos e de que queremos apropriar-nos. 
Neste mundo, mesmo no soviético, 
Haverá sempre ricos e pobres. 
Ricos em dons. Pobres em dons."

3 comentários:

  1. Só pelo "excerto" o filme já entra para a lista de filmes a ver...

    Um abraço

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  2. Caro Guakjas, não exite, está perante uma obra-prima cinematográfica sobre a 2ª Guerra Mundial.
    Dos melhores que já vi.
    Pena que já não o possa ver no cinema, aí sim, podia usufruir-se de toda a sua essencia a magia.
    Pedro Correia

    ResponderEliminar
  3. Não diria que é o melhor filme de Guerra, mas pelo menos é um que vale a pena ver.

    ResponderEliminar

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