quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O Filme: Bonecas Russas

A metragem Bonecas Russas é a sequela do conhecido filme: Residencial Espanhola. Mas por ser uma sequela não significa que se trate de outro filme sobres estudantes em Erasmus
Parece-me importante falar primeiro um pouco sobre o seu precursor. Residencial Espanhola é um bom exemplo de um filme europeu de sucesso, capaz de agradar ao espectador habituado ao cinema tendencialmente mais comercial e "americanizado". Filmes como este muito contribuem para a desmistificação do cinema europeu e sua divulgação, acabando com a ideia de que as rodagens europeias são invariavelmente lentas, aborrecidas e incompreensíveis. Este preconceito é contrariado magistralmente em Residencial Espanhola devido ao tema do filme, do local , ambiente e modo como se desenrola a acção. A obra aborda o fenómeno Erasmus e expõe a cultura de vários países através das várias personagens que preenchem o elenco, retratando as vidas e relações de jovens deslocados noutro país e que habitam uma mesma casa. Barcelona é o pano de fundo perfeito para a acção principal. O ambiente mediterrâneo, os tons quentes, a arquitectura e a arte que caracteriza esta cidade dão a cor e cheiro que nos embebe e faz querer viajar para experimentar tudo o que esta cidade tem para oferecer.

 Por outro lado, a sequela Bonecas Russas trata da vida pós experiência Erasmus das mesmas personagens de Residencial Espanhola, sendo novamente focada a perspectiva e experiências da personagem principal - o francês Xavier. Todas as experiências que vão sendo relatadas por Xavier durante os dois filmes, mas mais em Bonecas Russas vão moldando-o, tornando-o um cidadão do mundo. A par disto o romance está sempre presente, seja qual for o local onde se desenrole a acção (enquadrada em várias cidades europeias tais como Londres, Paris, São Petersburgo, entre outras). 
O título da obra advém de uma comparação que origina uma série de questões colocadas pela personagem principal: os amores são como as bonecas russas, dentro de uma pode sempre existir uma outra mais bela, mas só o saberemos se tivermos a coragem de abrirmos a que temos, correndo o risco de, irremediavelmente, a desmontar ou até mesmo de a destruir apenas para encontrarmos uma pior ou que nos desagrade. Mas como sabemos quando parar? Como sabemos qual a nossa boneca, aquela onde devemos parar?

3 comentários:

  1. Não sabemos. Por essa fase, a racionalidade assume um papel secundário... =)

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  2. Como sabemos quando parar?
    Eis uma questão muito pertinente onde entra a subjectividade. No entanto, ao olhar para os nossos conhecidos, amigos e família constatamos que, muitas vezes, as pessoas “param” quando sentem que chegaram à uma idade socialmente “recomendada” para estabilizar. Não quero afirmar com isto que é o único factor em jogo, mas parece-me relevante tê-lo em consideração.
    A questão colocada é interessante e daria certamente espaço à partilha de ideias e opiniões muito diversificadas.

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  3. As questões em causa atormentam qualquer romântico ou pretendente a...!' Certas realidades só podem ser captadas através da emoção' e a realidade em análise é completamente devastadora. As 'bonecas russas' simbolizam a insegurança de manter uma relação , mas mais do que isso são um índice de que o Amor não foi ainda encontrado, pois podemos compará-las a vários estágios, vários patamares da vida até alcançar a estabilidade , a paz,o 'Amor'. Este último,não deve ser procurado, deve ser sentido...Deste modo,o conceito inerente às 'bonecas russas' deve dissociar-se da palavra 'Amor' para que haja coerência tendo em conta que a única forma de se aproximar deste Universo semântico é pela via dos 'Amores' e o descomprometimento subjacente.

    Assim,caso esta separação de ideias aconteça, à pergunta 'Mas como sabemos quando parar?' eu respondo 'já paraste!'

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